Silêncio. Foi dessa forma que a forte manifestação de Fábio Koff na edição de domingo de Zero Hora sobre o custo da Arena para o Grêmio foi recebida pela atual direção e por representantes da empreiteira OAS.
Em entrevista aos colunistas David Coimbra, Diogo Olivier e Luiz Zini Pires, o presidente eleito para o biênio 2013-2014 no Grêmio criticou o modelo de parceria desenvolvido para a construção do novo estádio. Em uma manifestação que gerou polêmica nas redes sociais, Koff argumenta que a Arena vai gerar pouco menos de R$ 10 milhões para o clube em 2013 e que a situação só começará a melhorar daqui a, pelo menos, quatro anos.
— Cabe ao Grêmio pagar a Arena. Como o Grêmio vai quitar a dívida é uma tarefa aos que vão administrar o clube. Vamos buscar recursos para pagar. A Arena não é nossa. Vamos levar 20 anos pagando — disparou Koff.
— Não quero comentar — afirmou Eduardo Antonini, presidente da Grêmio Empreendimentos da gestão Paulo Odone e confirmado no mesmo cargo por Fábio Koff.
Durante toda a gestão de Odone, Antonini foi seu colaborador mais direto. Liderou o projeto da Arena e coordenou as conversas que geraram o contrato assinado pelo clube após aprovação do Conselho Deliberativo. Braço direito de Odone, foi surpreendido pelo convite de Fábio Koff para seguir no comando da Grêmio Empreendimentos. Após longas conversas com seu grupo político, aceitou ficar no cargo.
Em meio à transição, Antonini é um dos principais atingidos pelo discurso de Koff. Foi um dos responsáveis pela montagem do modelo econômico e, na próxima gestão, seria o encarregado em fazer a Arena gerar recursos expressivos para o Grêmio.
— Nem li a reportagem ainda — afirmou Antonini, por volta das 16h de domingo.
Eduardo Pinto, presidente da Arena Porto-Alegrense, também não quis comentar as declarações do presidente eleito.
— Prefiro me manifestar nesta segunda-feira — disse Pinto.
Procurado durante todo o domingo, o atual presidente, Paulo Odone, não foi localizado. Zero Hora contatou seus dois celulares, seu telefone de casa e consultou seus assessores no Parlamento, Fábio Schaffner, e da empresa contratada pelo Grêmio, Eliana Camejo, mas não conseguiu contato.
O filho de Odone, o conselheiro Sebastião Ribeiro, fez a sua interpretação particular da entrevista em seu perfil no Facebook:
— Antes de se candidatar à presidência, Koff disse que a Arena era um mau negócio. Na campanha, cobrado a detalhar a posição, negou que havia dito o que de fato dissera e negou que achasse um mau negócio. Eleito, mudou de opinião de novo — argumentou Ribeiro.
O conselheiro gremista argumenta que a função de Koff é de "zelar pela imagem do empreendimento" e não de questionar o projeto Arena publicamente:
— Que investidor vai apostar em um projeto que o controlador se mostra insatisfeito? Com que clima inicia a relação dos sócios no empreendimento?